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domingo, novembro 04, 2007

Petrópolis 

Eu ia dizer "ninguém merece viajar no feriado" mas é só abrir o jornal e ver que muita gente merece um engarrafamentozinho de vez em sempre. Como, apesar de não ser nenhum santo, acho que não estou entre elas, deixei quem merece viajar na sexta e voltar no domingo e fui tranquilo no sábado. Como Petrópolis fica a menos de 1 hora do Rio não tem problema.
Resolvemos sair de casa cedo para tomar o café da manhã em Petrópolis. Combinamos às 7:00 h, mas às custas de muita força de vontade conseguimos sair às 7:30 h. No caminho paramos no mirante do Cristo, na serra, onde tiramos fotos da paisagem e resistimos a uma banana ouro cheirosa, prevendo que iríamos nos esbanjar no café da manhã.

Como a engenharia está no sangue, já estava tudo programado. O café da manhã seria na Confeitaria Katz, mas chegando lá, 8:50 da manhã de sábado, a confeitaria estava fechada e só abriria às 10:00 h... Uma prova de que, quando a capital se mudou da Bahia para o Rio, trouxe algo do tempero baiano com reflexos até na cidade imperial...
Apesar de não lanchar no lugar programado, encontramos um lugarzinho legal nas redondezas e nos fartamos com um café da manhã completo, com pães, requeijão, geléia, manteiga, presunto, queijo, suco de laranja e café com leite com espuma de leite.


Além do que estava incluso, eu, cedendo a um dos pecados capitais, pedi um misto quente... Nesses momentos é que se percebe que a vida é bela... Tomar um café da manhã farto e gostoso em um lugar bonito, de clima agradável, muito bem acompanhado... é para levantar os braços e agradecer.


Depois do café da manhã pegamos o carro (porque estavamos sendo assaltados pelo shopping Bauhaus, que cobra R$3,00 por hora para botar o carro em um curral...) e fomos até a Catedral de São Pedro de Alcântara.



Lugar majestoso que faz você se sentir pequeno e temente à Deus. O marketing da igreja católica já dava passos largos quando o capitalismo ainda nem engatinhava...


O primeiro grande revés começou a dar as caras logo aí. A bateria da câmera começou a avisar que não estava pra muito trabalho (já entrando no clima herdado pela cidade). Por isso tivemos que ser mais comedidos para tirar fotos.
O segundo ponto do roteiro foi o Museu Imperial. R$8,00 de entrada. Desde criança que queria voltar lá para andar de pantufas e desta vez lembrar de mais alguma coisa do que andar de pantufas...

Muitas coisas interessantes, muita história mas sem nenhum pudor e devo dizer que o mais marcante no museu é ver como era feia a Princesa Isabel... Até uma criancinha que passeava pelo museu comentou com a mãe "a princesa era feia, né mamãe..." Aliás a princesa era o ponto alto de uma legião de mulheres feias retratadas nos quadros. Ou os artistas não sabiam retratar mulheres (porque os homens eram normais) ou a coisa melhorou bastante de lá para cá (pelo menos em relação às mulheres que podem se cuidar).
Do lado de fora do museu não é necessário pagar a entrada. O espaço também é muito bonito e tem um café bem charmoso ao lado de uma locomotiva maria-fumaça. O problema é que o café fica em um ambiente fechado com uma cúpula de material translúcido que fazia do ambiente uma estufa. Não deu vontade de parar nem para tomar um guaraná, imagina um café...


No museu eu encontrei um colega do curso de formação da Petrobras. Uma figuraça de nome Edilon.



O terceiro ponto da visita foi a casa de Santos Dummont. R$5,00, que em proporção ao museu são caros, mas apesar disso a casa vale a pena pois é bem interessante, mesmo para não iniciados (em engenharia... :-).



A casa mostra um pouco da personalidade deste gênio, supersticioso, com uma famosa escada que deve-se pisar primeiro com o pé direito, nacionalista, com um lugar especial no telhado para astear a bandeira, workaholic, com uma escrivaninha-cama, entre outras peculiaridades.


Praticamente na frente da casa de Santos Dummont está o relógio de flores de Petrópolis. Como todo relógio de flores é bonitinho mas não tem nada de mais. Vale uma foto.



O compromisso seguinte foi almoçar em um restaurante de massas recomendado por um colega, o Luigi. O ambiente é muito gostoso, mas, como todo restaurante italiano, não faz macarrão direito. Não é ruim mas também não é de tirar o chapéu. A Patrícia discorda da minha opinião sobre o restaurante, mas eu faço um macarrão em casa, com extrato de tomate Elefante e fidelinho Adria que fica mais gostoso do que este com massa grossa e molho aguado. Sou pobre mas sou feliz.



Saindo do restaurante, o segundo revés, começou a chover. Pegamos o carro e fomos ao Palácio de Cristal. Um nome pouco apropriado para uma estrututa que está mais para coreto do que para casebre, quanto mais um palácio. Tirando o impacto negativo com a demolição da expectativa que o nome cria, o lugar é aprazível (como um colega gosta de falar...). Tem um jardim bonito e quando fomos havia uma apresentação folclórica legal.


A câmera deu um suspiro e morreu. Resolvemos voltar para o Rio e parar apenas para conhecer o Palácio Quitandinha. Quando chegamos a câmera deu sinal de vida e tirou mais uma foto, mas em seguida passou definitivamente para o mundo dos sem-vida.


O Quitandinha é imponente. Em certos aspectos, mais imponente que o Museu Imperial. Quase tudo é aumentativo mas sem detalhes discretos, uma antítese do Museu Imperial, em que os ambientes são menores (estou falando de um palácio, "menor" não pode ser considerado na mesma ordem de grandeza de quando eu falo da cozinha lá de casa...) mas são muito mais detalhados. Triste, no entanto, é o estado de conservação. Tomara que as coisas melhorem. O Quitandinha merece.

Faltou uma coisa ou outra pra ver. Voltaremos em breve.


terça-feira, novembro 14, 2006

Penedo 

Penedo é uma cidadezinha de casinhas bonitas, tranqüila durante a semana e badalada no final de semana, com bons restaurantes e cachoeiras acessíveis até aos mais preguiçosos. Uma coisa deixou a desejar: O chocolate. Eu acreditava que fosse encontrar chocolate de qualidade internacional e encontrei um chocolate que não é do nível nem do chocolate daquela vila famosa do Espírito Santo. O outro ponto negativo foi minha culpa que não bati um papo com São Pedro e o melhor dia que ele mandou foi o dia de ir embora. Fora esse dia, que não tinha como aproveitar, foi “chove chuva, chove sem parar” a trilha sonora da viagem.
Fora estes dois detalhes, a viagem foi muito boa. A pousada era ótima, as cachoeiras são lindas, a culinária é de alto nível e a companhia era a melhor possível.




Chegamos na terça e fomos recebidos pela Maria, que prefere ser chamada de Maia, dona da pousada Chez Suomi. Uma finlandesa muito simpática que mesmo depois de muitos anos no Brasil ainda não consegue falar direito o português.



Neste dia, arrumamos as coisas e fomos conhecer a cidade. Conhecemos a fábrica de chocolates (ruins), a Pequena Finlândia, um conjunto de lojas no estilo de casas da Finlândia, onde comemos umas barrinhas de chocolate melhores do que os anteriores, mas ainda assim só razoáveis, a casa do Papai Noel que fica na Pequena Finlândia, e à noite jantamos Truta (eu comi fresca com alcaparras e a Patty comeu defumada com ervas finas) acompanhada de uma garrafa de Lambrusco Tinto no Rei da Truta. A truta estava muito saborosa e o preço aceitável.


Na quarta fomos ao Pico do Penedinho,

propriedade da Fabrica de Chocolates, onde você deve pegar uma autorização para entrar no terreno. A autorização foi gratuita. O Pico do Penedinho é bem baixo, talvez uns 300m, e se chega ao pico em 20 minutos no máximo. De lá é possível avistar toda a cidade de Penedo.


Descemos o Penedinho e fomos ao Museu Finlandês (Museu da Dona Eva). A entrada era R$2,00. O museu não tem estrutura de museu, é mais uma coleção de coisas da dona Eva, mas vale a pena para conhecer um pouco da colônia finlandesa de Penedo. Depois fomos à cachoeira “Três Cachoeiras”. Muito fácil de chegar. Fica na beira da estrada. Por isso só deve valer a pena caso a cidade esteja vazia.

Depois fomos almoçar na Casa do Fritz, um bar e restaurante famoso. Pedimos uma lingüiça recheada com provolone que estava deliciosa, mas não tivemos tanta sorte com o prato principal: um filé de frango a milanesa recheado com queijo e presunto que eu não consegui comer até o final.

À noite fomos a uma cafeteria tomar um chocolate quente. O melhor chocolate quente que eu já tomei, parecia Danete quente. Custou os olhos da cara e o lugar ainda teve o disparate de cobrar 10%, mas vale tomar uma vez na vida.

Quinta-feira fomos à Serrinha de Alambari que fica na estrada entre Penedo e Visconde de Mauá, bem mais perto de Penedo do que de Mauá. Lá vimos a Pedra Sonora, uma pedra que emite sons quando você bate com a mão e fomos ao terreno do Camping Club do Brasil onde há oito poços de quedas d’água. Imperdível. Programa para um dia inteiro.

Neste dia resolvemos experimentar um rodízio de Fondue no Bucaneiros. Os Fondues de queijo e o de chocolate são fenomenais, o de carne é mediano.

Na sexta choveu forte o dia inteiro, só saímos da pousada para almoçar e jantar. Almoçamos no Aglio e Oglio. Dos três restaurantes italianos que eu já comi massa, foi o único que tinha uma massa gostosa, muito boa, por sinal. Se eu for a mais dois restaurantes italianos com massa gostosa eu revejo o meu conceito de que italiano não sabe fazer macarrão.

Jantamos no Bella Cittá. O lugar e o atendimento são muito bons, mas sopa eles não sabem fazer. Eu pedi Canja e a Patty, Caldo Verde. Eu odiei a canja e a Patty gostou mas já comeu Caldo Verde melhor.

Sábado o tempo melhorou um pouco e nós fomos andar a cavalo. Fomos ao haras From Penedo que tem dois tipos de passeios disponíveis, andar a cavalo no descampado por R$35,00 ou seguir uma trilha para a cachoeira das Lontras por R$40,00, ambos com uma hora e meia de duração. Escolhemos a trilha da cachoeira. Eu fiquei com um cavalo maluco que mordia os outros cavalos e deu até pinote quando passou um carro, além do mais fiquei com as costas doloridas de tanto que o bicho trotava. A Patty deu um pouco mais de sorte, mas saiu machucada de trilha pois um pedaço de mato arranhou o seu pescoço durante a cavalgada. Apesar dos pesares, valeu a pena. Eu não me lembro de ter andando a cavalo e não sei quando eu vou andar novamente.

Chegando da cavalgada, fomos visitar as outras cachoeiras de Penedo. Todas são de fácil acesso. A primeira a ser visitada foi a cachoeira “Três Bacias” e o poço Esmeralda. Depois fomos à cachoeira de Deus, a mais alta com uma queda total de 15m. Esta é a única cachoeira que ainda tem que seguir uma trilha (5 minutos) para chegar.
Não deu para curtir nenhuma das cachoeiras pois estava um tempo frio e feio (as vezes até chuviscava).

Depois de conhecer as cachoeiras, fomos almoçar na churrascaria Parrilla. Comemos uma Picanha Argentina muito boa.



A noite tomamos sorvete na Sorveteria Finlândia e um chocolate quente na Cafeteria Abissínia. O chocolate quente era na verdade um submarino (barra de chocolate no leite quente). Não era tão bom quanto o chocolate quente Suíço que nós tinhamos tomado na quarta, mas era muito bom e bem mais em conta.



No domingo, fechamos a pousada e antes de viajarmos passamos no centro de Penedo para almoçar. Comemos uma pizza muito boa, com massa fininha, na pizzaria Costa e de sobremesa um Apfelstruddel com sorvete e um Petit Gatou também com sorvete. A primeira idéia era pizza doce para sobremesa, mas as pizzas doces todas tinham mussarela e isso eu não suporto.

Para não faltar o perrengue eu fui encher o pneu no posto e vi um preguinho na lona fazendo vazar gás e tive que parar em um borracheiro na estrada. A volta foi tranqüila, pela Dutra com pedágio caro (R$7,50), mas melhor do que voltar por estrada mal conservada.


quinta-feira, julho 10, 2003

Chapada Diamantina 

Chapada Diamantina

Taí um lugar que se encaixa na perfeita definição de paraíso: é um sacrifício imenso para chegar (principalmente se você vai de carro do Rio de Janeiro) mas este sacrifício não é nada se comparado à beleza do lugar...
No caminho fui multado por uma tocaia da polícia, a justiça desta multa é discutível, mas eu não vou me ater a detalhes...

Dormimos num hotel de beira de estrada e pela manhã seguimos viagem, sem antes fotografar o nascer do sol que foi explêndido

Antes de chegar a cidade, passei num buraco e amassei as duas rodas da direita, como só tínhamos um estepe (o q era de se esperar!) tivemos que desempenar a roda pra seguir viagem até o borracheiro mais próximo... depois desse primeiro contratempo chegamos à cidade e encontramos uma posada super aconchegante (a Águas Claras) por R$15,00 com café da manhã (nós íamos acampar, mas mudamos de idéia).

Lá tivemos o primeiro contanto com o guia, R$40,00 por dia pra 3 pessoas, eu achei q tava caro e perguntei quais os passeios que precisavam de guia... (ingênuo, eu...) A resposta foi enfática, “todos os passeios precisam de guia!”
Resolvemos arriscar e nos demos bem. Só um dia contratamos guia, e foi o único dia que deu chabu.
No dia seguinte fomos à cachoeira da fumaça, simplesmente deslumbrante, você se sente insignificante perto da grandeza do lugar.


O problema é q a cachoeira fica muito longe do posto mais próximo e quando nós chegamos a cachoeira o carro resolveu acender a reserva!!! no meio do caminho paramos numa farmácia e compramos 3 litros de álcool pra fazer o carro chegar até o posto...quando enchemos o tanque deu 56 litros (no meu tanque cabem 60)!

O dia seguinte foi o dia das grutas, primeiro Lapa Doce, depois Pratinha e Azul e por último Torrinha. Neste dia deu tudo certo só as fotos que não ficaram muito boas (faltou tripé, coordenação motora e um curso de fotografia...)
As grutas da Lapa Doce e Torrinha têm formações típicas de grutas como diversas estalactites e estalagmites de diversos formatos

, mas o mais maneiro foi a explicação do guia Zéquinha para o nome estalactite e estalagmite, que seriam formações “ctite” “do teto” e formações “gmite” “de monte” (parecia cursinho pré-vestibular com suas decorebas non-sense porém muito boas).
A Torrinha ainda guarda surpresas como as flores de aragonita

e as estalactites que mudam de direção contrariando a lei da gravidade e as vezes até passam a subir em vez de descer... essas formações tem um nome específico que eu simplesmente não consigo lembrar.
Já na pratinha existe um lago maravilhoso de águas transparentes onde você pode descer de tirolesa

e passear com máscara e snorkel por dentro da gruta.

A uns 500m da pratinha existe a gruta azul que você não pode mergulhar mas que por volta das 14:30h (no mês de julho, eu não sei em outros meses) bate um raio de sol num lago que toma uma coloração azulada muito bonita

... mas não tem comparação com o que você vai ver no Poço Azul e muito menos no Poço Encantado.
Nesse dia não teve perrengue, você paga para entrar em todas as grutas, mas é barato, e tem guias te dando explicações sobre tudo.
No terceiro dia fomos ao Poço do Diabo no rio Mucugezinho onde fizemos rapel por R$15,00

e encontramos cachoeiras muito maneiras,

mas a água estava pra lá de fria, pelo menos pra mim que só gosto de banho quente.
Depois subimos o morro do Pai Inácio que tem uma vista excepcional da chapada. Esse morro tem uma história engraçada pra ter esse nome mas essa eu deixo como surpresa pra quem for... agente só vacilou num ponto, nós deveríamos ter subido perto do por do sol que dizem ser maravilhoso de lá, e pela vista, realmente deve ser inesquecível. Descemos o Pai Inácio e pegamos a estrada de volta pra Lençóis, almoçamos e resolvemos fazer o “roteiro light” que não é tão light assim e também não é lá grande coisa, mas se está sem fazer nada... Este roteiro consiste no em subir o rio Serrano passando pelo Poço Harley, Salão de Areias (nada de mais), Cachoeirinha e Cachoeira da Primavera.

No dia que fomos às grutas encontramos um maluco (neste caso não é gíria) que tinha vindo à Chapada sozinho, veio de Pelotas de avião, mas teria vindo na boléia de caminhão se não tivesse conseguido a passagem aéria. O maluco se chama Moisés, bom se comparado ao Moisés da Bíblia realmente não é muito ir sozinho de Pelotas à Chapada durante 4 dias na boléia de caminhão. Mas o fato é q o Moisés já tinha ido no passeio “light” e foi o nosso guia, não que o passeio necessite, pois tem sempre o rio como referência.
O que fazer neste ponto foi talvez a grande dúvida e provavelmente a escolha não foi a melhor, mas não dava pra saber o q viria pela frente. Nós tínhamos dois dias e deveríamos escolher entre Cachoeira do Sossego e Ribeirão do Meio ou Marimbus ou Cachoeira do Buracão, sendo que um dia já estava reservado para Poço Encantado e Poço Azul. Pelo que eu li nos roteiros parecia possível agente se perder no Ribeirão do Meio se fossemos sem guia e como já tínhamos ido ao Mucugezinho com suas cachoeiras resolvemos tentar a Cachoeira do Buracão que tem o atrativo de ser uma cachoeira escondida que você só chega depois de uma caminhada de duas horas e meia se nadar os cem últimos metros do percurso! E no dia que fossemos aos poços tentaríamos ir a Marimbus também.
Como esses lugares ficam a mais de 150Km de lençóis na direção do Rio de Janeiro, resolvemos fechar a conta na pousada e nos hospedar em outra cidade. Neste dia o Moisés ia pegar uma carona com agente mas ele sumiu e perdeu a bocada. Como demorou muito pra chegar na cidade onde agente partiria pra trilha da cachoeira do Buracão resolvemos deixar as malas na mala e nos hospedar na volta. Para esta trilha nó não tínhamos quase nenhuma informação e então só tinha como ir se fosse com guia, encontramos uma agência e contratamos o guia (40 pilas como diria o Moisés que pagaríamos na volta) antes de entrar o guia comenta que iria de moto por que a estrada ta meio esburacada e o meio carro é muito baixo... já não gostei do comentário. Depois ele acabou vindo com a gente porque a moto estava sendo usada. Aí eu perguntei que história era essa da estrada ser esburacada... “A estrada tá ruinzinha mas dá pra ir” – O pior é q eu fui...
Para um utilitário 4x4 tá até tranqüilo, mas pro meu carro foi o calvário, só faltava a cruz... o bichinho sofreu como nunca tinha sofrido na vida. Uns 2Km de sofrimento e o que eu encontro: uma ladeira de pedras e areia que fez o carro atolar umas três vezes e cada vez que ele atolava era pedra pra tudo quanto é lado, assoalho no chão, arranhão no tanque e desespero no motorista. Mas mesmo assim seguimos... o carro batendo no chão e a tensão batendo no teto, e o guia com a mesma história de sempre, “Daqui pra frente a estrada melhora”. Depois de uns 3Km passamos uma porteira e o guardador avisa que pra frente tem um atoleiro que tem gente ficando. Como já tínhamos passado por tudo aquilo resolver ir ata o atoleiro e ver se dava, mas o atoleiro era numa descida e só deu pra ver quando eu já estava dentro dele. Descer foi fácil, a droga seria a volta. Mas o melhor vem depois do atoleiro: UM RIO!!!! Sabe comercial de off-road que sempre tem um rio que eles atravessam, pois é, queriam fazer comercial de off-road com o meu XR-3!!! Aí caiu a gota que faltava pra entornar o caldo... talvez se o rio estivesse no começo do perrengue eu tivesse atravessado, mas depois de tudo, e sem nenhum aviso, me aparece um rio, não deu, tive que me estressar com o guia e voltar dali. Atolamos mais umas quatro vezes, o assoalho foi pras cucuias e o tanque eu sinceramente não sei como sobreviveu. Perdemos o dia mas podia ter sido muito pior.
Pra compensar, a noite no hospedamos em Mucugê, uma cidadezinha super arrumadinha, e comemos uma pizza deliciosa, aliás em relação às comidas nós fomos muito felizes, todos os dias fomos bem servidos em quantidade e qualidade.
O último dia foi dia do poço encantado e poço azul. A estrada é uma das piores que eu já passei mas o lugar é simplesmente divino, primeiro fomos ao poço encantado que na parte da manhã no mês de julho entra um faixo de luz caverna e torna a água do poço azul e este azul reflete no ambiente tornando o lugar quase psicodélico.


O único problema é que não se pode mergulhar, mas tá certo deve-se preservar aquele lugar encantado, pq é realmente isso que ele é. Seguimos do poço encantado para o poço azul e neste caminho passamos por uma vala e nesta vala o protetor de carter deu seu último suspiro, quase desistimos de ir ao poço pq seria meio perigoso sem essa peça, mas resolvemos arriscar, e realmente valeu a pena.

O lugar não é tão deslumbrante quanto o poço encantado mas em compensação pudemos mergulhar e foi uma chave de ouro pra fechar a nossa viagem. Detalhe: apareceu uma cobra no poço e o guia a capturou. Lá cada um dizia que a cobra era uma: uma hora era Sucuri, na outra Jararaca, depois Cobra D’Água, mas uma coisa é certa se alguém fosse mordido e ela fosse venenosa estaria a meio caminho do paraíso (ou do purgatório, como é que vc se comportou?), pq no lugar não tinha soro e a cidade mais próxima que poderia (PODERIA) ter soro ficava a 12Km de distância naquela estradinha furreca. Mas tudo deu certo, só não deu tempo de ir a Marimbus pois o passeio dever ser feito até as 15:00h e nós só conseguimos chegar lá as 16:40h. Fica pra próxima.
Neste dia mesmo nós pegamos a estrada e resolvemos vir direto sem dormir o que sinceramente eu não recomendo e eu não farei denovo, é muito arriscado.
A viagem valeu cada perrengue, se me perguntassem se eu faria tudo igual eu não faria, mudaria algumas coisinhas, mas não me arrependo da viagem mais impressionante que eu fiz até hoje.

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